Eu não sei se daqui a muitos anos
de ti me lembrarei, meu pequenino
que tão cedo partistes para o céu,
deixando em muitas vidas um vazio.
O mundo te negou teus próprios pais
e igualmente negou-te saúde.
Jamais tu conseguiste caminhar,
Jamais eu escutei a tua voz.
No entanto, deu-te Deus uma alegria
a estampar-se sempre em teu rosto,
que alegrava todos que te viram,
tornando-te presente nas lembranças.
Eu questionei tua existência a Deus
e o sentido que teve tua vida.
Mas ao chorar, ao ver-te no esquife,
compreendi porque vieste à terra.
Ao lado de outros também em prantos
aprendi o valor de tua vida,
que, neste mundo mau e indiferente,
a humanidade devolveste a muitos.
Eu não sei se daqui a muitos anos
de ti me lembrarei, meu pequenino,
mas hoje, quando foste sepultado,
sinto que me fizeste mais humano.
[Alexandre - * 24/01/2016 - † 10/08/2018]
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